Um bombardeio realizado por Israel contra o Irã na última sexta-feira (25) marcou o mais recente episódio da escalada de tensões entre os dois países, que tem potencial para desestabilizar ainda mais o Oriente Médio.
O ataque israelense foi “preciso” contra alvos militares do Irã. Explosões foram ouvidas na capital, Teerã, e em outras cidades do território iraniano. Os bombardeios causaram “danos limitados” e mataram quatro soldados, segundo o governo iraniano. (Leia mais sobre o ataque abaixo)
Israel afirma que o ataque foi em retaliação a um ataque de mísseis feito pelo Irã em território israelense no início do mês. O Irã havia prometido que qualquer ataque israelense teria uma resposta.
Veja abaixo o que disseram as principais autoridades de Israel e Irã após o ataque da última sexta-feira:
Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu
Após o ataque, o premiê israelense Benjamin Netanyahu disse que o ataque foi “preciso e poderoso” e que alcançou todos os seus objetivos.
“A força aérea atacou em todo o Irã. Atingimos duramente as capacidades de defesa do Irã e sua habilidade de produzir mísseis que são direcionados contra nós”, disse Netanyahu em um discurso.
Líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei
O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, chamou o ataque israelense de “um erro” e afirmou que os militares iranianos devem determinar a melhor forma de demonstrar o poder iraniano a Israel.
“Os sionistas (israelenses) estão cometendo um erro de cálculo em relação ao Irã. Eles não conhecem o Irã. Eles ainda não conseguiram entender corretamente o poder, a iniciativa e a determinação do povo iraniano. Precisamos fazer com que entendam essas coisas”, disse Khamenei em publicação na rede social X.
Exército de Israel
O porta-voz das Forças de Defesa de Israel (FDI), Daniel Hagari, disse que o ataque ao território do Irã foi uma “resposta a meses de agressões contínuas” que o regime iraniano e seus aliados têm realizado contra o Estado de Israel.
“O regime no Irã e seus aliados na região têm atacado Israel incessantemente desde 7 de outubro ? em sete frentes ? incluindo ataques diretos a partir do solo iraniano. Como qualquer outro país soberano no mundo, o Estado de Israel tem o direito e o dever de responder. Nossas capacidades defensivas e ofensivas estão totalmente mobilizadas. Faremos o que for necessário para defender o Estado de Israel e o povo de Israel”, afirmou Hagari.
Ministério das Relações Exteriores do Irã
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Esmaeil Baghaei, prometeu uma resposta “definitiva e eficaz” do Irã ao ataque israelense.
“(O Irã) usará todas as ferramentas disponíveis para entregar uma resposta definitiva e eficaz ao regime sionista (Israel)”, afirmou Baghaei em declaração televisionada.
Presidente do Irã, Masoud Pezeshkian
O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, afirmou que o país não busca uma guerra contra Israel.
“Não buscamos a guerra, mas defenderemos nossa nação e nosso país. Daremos uma resposta adequada à agressão do regime sionista”, disse Pezeshkian a um conselho de ministros.
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Vingança de Israel
Israel lançou três ondas de ataques aéreos contra o Irã na madrugada de sábado (26), pelo horário local ? noite de sexta-feira (25), no Brasil. Várias explosões foram ouvidas na capital, Teerã.
As Forças de Defesa de Israel afirmaram que conduziram um “ataque preciso e direcionado” contra alvos militares. Segundos os israelenses, aeronaves da força aérea atingiram instalações de fábricas de mísseis utilizados pelo Irã contra o Estado de Israel ao longo do último ano.
De acordo com a imprensa norte-americana, Israel evitou atacar estruturas nucleares e petrolíferas do Irã. Oficiais dos EUA e de Israel afirmaram que a segunda e a terceira ondas se concentraram em bases de mísseis e locais de produção de drones.
Os militares do Irã disseram que os ataques de Israel contra eles visaram bases militares nas províncias de Ilam, Khuzestan e Teerã, e causaram “danos limitados”, mas quatro soldados morreram. Diversas autoridades do Irã prometeram resposta “proporcional e definitiva” à agressão mais recente de Israel.
Desde o início de outubro, Israel vinha prometendo um contra-ataque contra o Irã. Os Estados Unidos disseram que estavam trabalhando junto com o governo israelense para uma resposta ao ataque iraniano.
No comunicado, Israel afirmou que está sendo atacado pelo Irã desde 7 de outubro de 2023, quando terroristas do Hamas invadiram o território israelense. Naquele dia, centenas de pessoas foram mortas e mais de 200 foram sequestradas. O Hamas e o Irã são aliados.
Além disso, no dia 1º de outubro deste ano, o Irã lançou cerca de 200 mísseis contra Israel em retaliação à morte de Hassan Nasrallah, número 1 do grupo extremista libanês Hezbollah.
A Casa Branca disse que foi avisada sobre a ação israelense pouco antes de ela ser lançada. Segundo a agência de notícias Reuters, ocorreu uma conversa entre os secretários de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, e o de Israel, Yoav Gallant, após os ataques. A fonte da agência não informou detalhes da conversa nem quanto tempo durou a ligação.
O ataque do Irã
No dia 1º de outubro, mísseis lançados pelo Irã cruzaram os céus de cidades israelenses importantes, como Tel Aviv e Jerusalém. Boa parte do ataque foi interceptada pelos sistemas de defesa de Israel.
Uma operação do tipo contra o território israelense era aguardada desde o fim de julho, quando Ismail Haniyeh, então chefe do Hamas, foi assassinado em Teerã.
O Irã responsabilizou Israel pela morte de Haniyeh e disse que a operação representava uma violação da soberania do país.
No fim de setembro, o Irã voltou a prometer uma resposta a Israel pelas mortes de Hassan Nasrallah, chefe do grupo extremista Hezbollah, e Abbas Nilforoushan, membro da cúpula da Guarda Revolucionária do Irã. Ambos foram mortos em bombardeios israelenses em Beirute, no Líbano.
Após o ataque iraniano, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, classificou a ação iraniana como um “grande erro” e afirmou que o Irã irá “pagar” pelo ataque.
O governo de Israel informou que duas pessoas ficaram feridas sem gravidade durante o ataque iraniano e que não houve registro de prédios ou residências atingidos.
O governo do Irã garantiu que qualquer contra-ataque de Israel resultaria em uma resposta “subsequente e esmagadora”, além de uma “grande destruição” para infraestruturas israelenses. Além disso, o aiatolá Ali Khamenei ? autoridade máxima do Irã ? foi colocado em um local protegido.
Histórico em abril
Irã atacou diretamente Israel pela primeira vez em abril deste ano. À época, o país lançou mísseis e drones contra o território israelense em resposta a um bombardeio que atingiu a embaixada do Irã em Damasco, na Síria.
Dias depois, como resposta, bombardeios atingiram uma região do Irã com instalações nucleares. Embora Israel não tenha assumido a autoria, autoridades americanas confirmaram que a ação era uma resposta israelense.
Fonte G1 Brasília