O governo federal repatriou nesta segunda-feira (26), 29 animais silvestres traficados que estavam a caminho de Benin, na África. Os 17 micos-leões-dourados e as 12 arraras-azuis-de-lear foram apreendidos numa embarcação que saiu do Brasil e já estava no Togo, país da África Ocidental.
A captura foi feita pelo governo do Togo no dia 13 de fevereiro, em Lomé, capital do país africano. Os animais estavam em um veleiro de bandeira brasileira, abordado por policias locais após apresentar problemas na costa africana.
Na ocasião, quatro homens foram presos pelas autoridades: um uruguaio, um surinamês, um brasileiro e um togolês.
A prisão em flagrante dos criminosos ocorreu por estarem na posse de animais protegidos pela Convenção sobre Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção (Cites), da qual o Togo é signatário.
No dia 18 de fevereiro, o Ibama enviou dois servidores ao país africano. Eles levaram 30kg de rações, sementes e medicamentos aos animais.
Segundo Ibama as araras estavam “estressadas e assustadas”, já os primatas com a “saúde afetada”. Os micos foram encontrados cobertos de óleo de motor, desnutridos, com sarna e outras doenças de pele e bem gripados.
Há suspeitas de que as gaiolas ficavam perto do motor do barco.
Os micos-leões-dourados e as araras-azuis foram encaminhados para Embaixada do Brasil na capital do país, Lomé. A embaixada foi responsável pelos tramites necessários para assegurar a vinda dos animais em segurança até o Brasil.
Na casa do embaixador do Brasil no Togo, Nei Futuro Bitencourt, os servidores do Ibama improvisaram uma UTI veterinária para salvar os micos-leões-dourados.
“A nossa maior preocupação era correr contra o tempo para salvar as aves e os micos brasileiros. Já havíamos recebido a informação de que três micos-leões-dourados já estavam mortos, encontrados ainda na embarcação dos criminosos pela polícia marítima do Togo”, afirmou o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho.
No dia 22 de fevereiro, a aeronave da Polícia Federal partiu do Brasil para realizar a repatriação dos animais, processo de devolução dos animais ao país onde são nativos.
A repatriação ocorreu em Recife, primeira parada em território brasileiro.
Os micos-leões-dourados foram desembarcados em São Paulo, já as Araras foram encaminhadas para o Rio de Janeiro.
Em ambos os casos, as instituições oficiais que receberam os animais não foram divulgadas. A informação foi classificada como sigilosa pelo governo federal, o objetivo é garantir a segurança e evitar atrair criminosos com interesse em tráfico de animais.
Os animais, endêmicos do território brasileiro, foram encaminhados para avaliação sanitária, exames veterinários e reabilitação.
Caso os especialistas julguem necessário, os bichos podem ser soltos na natureza. O mico-leão-dourado e a arara-azul constam na lista de espécies ameaçadas de extinção.
O tráfico dos animais está sob investigação, a fim de identificar todos os responsáveis envolvidos nessa prática criminosa.
Fonte G1 Brasília