O deputado estadual Gilberto Cattani (PL-MT) voltou a polemizar ao criticar o filme Ainda Estou Aqui, que recebeu um Oscar no último Domingo . Em um discurso carregado de desinformação e ataques ideológicos, o parlamentar afirmou que o cinema nacional busca “comunizar a mente de todo mundo” e comparou o comunismo a regimes genocidas, chamando seus representantes de “assassinos”. O curioso é que ele mesmo admitiu desconhecer o filme, seu diretor e seus atores, baseando sua opinião em preconceitos e discursos conspiratórios.
A fala do deputado reflete um padrão recorrente de setores da extrema direita, que demonizam qualquer produção artística ou intelectual que não esteja alinhada à sua visão de mundo. Além de criticar a obra sem sequer conhecê-la, Cattani reforçou sua aversão à Rede Globo e chegou a se vangloriar de não possuir televisão há mais de 30 anos, o que apenas levanta dúvidas sobre a base de suas convicções sobre o cenário cultural e midiático brasileiro. O argumento de que o filme tenta “enfiar o comunismo na mente dos jovens” carece de qualquer embasamento e segue a mesma retórica alarmista usada para atacar a educação, a cultura e a arte no país.
Enquanto Cattani condena o cinema nacional, defendendo um discurso de perseguição política e relativizando questões históricas, a produção brasileira segue sendo reconhecida internacionalmente. O desprezo pela cultura e pelo pensamento crítico, demonstrado em sua fala, não apenas reforça uma visão retrógrada, mas também ignora o papel essencial da arte na construção da identidade e da reflexão social. Ataques como esse são sintomas de uma política que busca mais desinformar do que debater, demonizar em vez de compreender e, acima de tudo, dividir ao invés de construir.