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Paris proíbe patinetes elétricos com 89% de votos em referendo, mas há contestação por baixa participação de votantes

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Os patinetes elétricos de aluguel vão desaparecer das ruas de Paris em 1° de setembro, depois que 89,03% de participantes votaram contra a continuidade desse serviço nas ruas da capital, de acordo com o resultado do plebiscito organizado neste domingo (2) pela prefeitura de Paris. A prefeita socialista Anne Hidalgo confirmou que irá respeitar o resultado das urnas, mas a imprensa mostra, nesta segunda-feira (3), que essa decisão frustra muita gente.

O plebiscito era aberto a todos os eleitores da capital, mas apenas 103 mil pessoas votaram, o que representa uma participação de 7,46% dos cidadãos aptos a opinar. As críticas vão muito além da baixa participação. Os operadores de patinetes de aluguel pediram em vão que a prefeitura organizasse uma votação eletrônica, destaca a AFP, a fim de facilitar a participação dos jovens, os principais usuários desse meio de transporte e de lazer. A administração municipal optou, no entanto, pelo voto presencial e concentrou a votação em 203 seções eleitorais, contra as 900 utilizadas numa eleição tradicional.

Segundo o jornal “Le Parisien”, esta decisão causa “comoção” entre os 800 assalariados das três operadoras de micromobilidade (Lime, Dott e Tier) que oferecem este serviço na região parisiense. A substituição dos patinetes por bicicletas elétricas não oferece a mesma rentabilidade e é mais complexa na logística das peças de reposição. 

A rádio BFM nota que 400 mil clientes serão penalizados com o fim do serviço dos patinetes. O uso privado continuará sendo possível, mas nem todos os usuários dispõem de ? 300 ou ? 400 para comprar seu próprio equipamento. O desaparecimento do serviço criará, então, um problema adicional de desigualdade entre os franceses, destaca a BFM. 

Exceção na Europa

“Le Monde” afirma que Paris se tornará a única capital europeia a proibir os patinetes elétricos de aluguel, um meio de mobilidade relativamente ecológico. O jornal explica que a prefeita Anne Hidalgo e seu adjunto de Transportes defenderam o fim dos patinetes pelo elevado número de acidentes nas ruas – 408 acidentes em 2022 – e o perigo que passaram a representar para pedestres e usuários. 

As incivilidades se tornaram frequentes: usuários na contramão sem respeitar as regras de trânsito, patinetes abandonados nas calçadas, centenas de quedas e atropelamentos por ano. Esses problemas são reais, mas o que irrita milhares de parisienses é a incapacidade de a prefeitura realizar campanhas de educação e prevenção dessas incivilidades, partindo diretamente para a proposta de proibição. Muitos usuários que utilizam os patinetes corretamente reclamam da falta de agentes para multar os infratores e a exigência de uso de capacetes, por exemplo, que já poderia diminuir os riscos.  

O questionamento que as pessoas fazem é semelhante ao da questão da limpeza das ruas em outras capitais europeias. Por que funciona em Barcelona, Roma ou Berlim, mas não em Paris? Uma das razões aventadas é que Paris tem uma frota de 15 mil patinetes elétricos para locação, enquanto em outras cidades europeias a oferta cai pela metade. 

Fonte G1 Brasília

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