O resultado da pesquisa Datafolha desta quinta-feira (26) ligou o alerta na campanha dos três primeiros colocados.
Nas palavras da equipe de Ricardo Nunes, ele segue na liderança numérica, uma boa notícia, ?mas não dá nem para piscar? até o dia da eleição.
Para o entorno de Guilherme Boulos, a pesquisa indicou que a última semana deve ser de disputa acirrada entre os três favoritos, mas aliados avaliam que o candidato do PSOL estará no segundo turno.
Pablo Marçal e seu comitê vão tentar criar ondas que possam garantir sua presença na etapa final.
A equipe de Boulos se apoia no fato de que candidatos de esquerda tiveram bons desempenhos em eleições recentes em São Paulo, ainda que não tenham vencido o pleito.
?Não é o perfil da cidade [ter eleições sem candidatos de esquerda recebendo bom número de votos]. E o resultado da Datafolha pode intensificar os ataques entre Ricardo Nunes e Pablo Marçal?, avalia o entorno do candidato do PSOL.
Já Pablo Marçal conta com eventos de alta repercussão, principalmente nos últimos debates, para chegar ao segundo turno.
Na campanha de Ricardo Nunes, outro ponto destacado é que o atual prefeito estaria consolidado na liderança e a projeção de desempenho no segundo turno, vencendo os demais candidatos, vai pesar a seu favor no dia da votação em primeiro turno.
É um cenário de estabilidade, mas com um dado negativo para o ex-coach. A rejeição a Pablo Marçal subiu dez pontos entre 3 e 4 de setembro e a pesquisa desta semana, passando de 38% para 48%. Um número tão elevado que dificulta, e muito, uma vitória num segundo turno, principalmente porque a rejeição a Guilherme Boulos ficou estabilizada em 38% e a de Ricardo Nunes em 21%.
Já o cenário de segundo turno traz um sinal de alerta para Guilherme Boulos. A diferença dele para Pablo Marçal diminuiu. Antes, ele vencia o candidato do PRTB de 50% a 36%, agora está em 47% a 38%.
O resultado do Datafolha mostra, no entanto, que Boulos, na avaliação de sua equipe, estará no segundo turno e a disputa final será uma outra eleição. Para auxiliares do candidato do PSOL, Pablo Marçal pode ter batido no teto, diante do aumento da sua rejeição.
Além disso, a esquerda, destacam os aliados de Boulos, pode crescer na reta final. E Nunes, que tem uma aprovação mais alta no eleitorado de baixa renda, pode sofrer com a abstenção. É neste grupo que ela costuma ser mais alta.
Fonte G1 Brasília