Pivetta: 29 anos de eleição, 22 de mandato e zero de coerência
Se há um nome que encarna a velha política mato-grossense, esse nome é Pivetta. Em quase três décadas de disputas eleitorais, ele coleciona oito candidaturas e três mandatos de prefeito, além de passagens pela Assembleia Legislativa e pela vice-governadoria. Sempre com um faro aguçado para o poder, trocou de partido quatro vezes, navegando sem constrangimento entre siglas de espectros opostos – do comunismo à direita liberal – sem nunca perder o prumo da sobrevivência política.
Em 2010, tentou ser vice-governador, mas a chapa foi derrotada. Anos depois, voltou ao jogo e conseguiu a vice-governadoria em 2019, renovando o mandato para 2022-2026. No entanto, a coerência nunca foi seu forte. No passado, gravou vídeos criticando Bolsonaro e seus filhos, mas, assim que o ex-presidente se tornou um fenômeno político, Pivetta correu atrás dele como menino atrás de pirulito. Agora, está no Republicanos, partido ligado à Igreja Universal, apesar de ser católico – mais um detalhe que reforça sua flexibilidade ideológica.
Com 22 anos de mandato acumulados, Pivetta é o retrato do político tradicional, aquele que está sempre no poder, independentemente das mudanças de ventos ideológicos. Seu histórico impressiona: em eleições disputadas por década, sempre pronto para uma nova empreitada. Ele não apenas conhece o jogo, mas domina suas regras como poucos.
Olhando para sua trajetória, fica claro que Pivetta não tem um compromisso fixo com partidos, crenças ou discursos. Seu verdadeiro partido sempre foi o poder. E, enquanto houver eleição, ele estará lá – mudando de sigla, de discurso, de aliados, mas nunca de objetivo.
