O deputado Daniel Silveira (PTB-RJ), apoiador do presidente Jair Bolsonaro, chamou nesta quarta-feira (20) de “marginal” o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A declaração foi dada na tribuna da Câmara dos Deputados e aconteceu poucas horas antes do julgamento de Daniel Silveira pelo STF. Procurado pelo g1, o Supremo informou que não vai comentar o assunto.
Silveira é réu por estimular atos antidemocráticos e atacar instituições. Ele chegou a ser preso por ordem de Alexandre de Moraes, e a decisão foi referendada pelo plenário do Supremo e também mantida pelo plenário da Câmara. Em novembro do ano passado, o deputado foi solto mediante algumas condições impostas por Moraes.
“Eu fiquei 11 meses em um presídio. Onze meses, sem crime, mas eu acho que estava mais livre, porque o menor presídio do mundo é a toga do ministro Alexandre de Moraes, que só cabe um marginal. É muito complicado que se tenha pessoas dessa estirpe dentro do STF atropelando a Constituição?, afirmou durante discurso no plenário da Câmara.
Ainda no discurso na tribuna, Daniel Silveira também chamou Alexandre de Moraes de “reizinho” e de “menininho frustrado”.
Depois, Silveira se dirigiu ao prédio do Supremo acompanhado do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro. Mas eles não puderam entrar no plenário porque uma regra em vigor no tribunal, editada em razão da pandemia, limita o acesso ao local a ministros, integrantes do Ministério Público, servidores do STF e advogados que atuem em processos pautados para a sessão.
O STF informou que foi oferecido a Silveira e a Eduardo Bolsonaro acompanhar o julgamento por uma TV em um dos salões do prédio, mas que eles preferiram voltar ao Congresso.
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Tornozeleira eletrônica
Daniel Silveira acumula uma série de episódios de atritos com Moraes. Em março, por exemplo, o deputado resistiu em acatar a decisão de Moraes que o mandou colocar tornozeleira eletrônica.
Quando soltou Silveira, Alexandre de Moraes estabeleceu algumas como restrições o parlamentar não se relacionar com outros investigados e não usar redes sociais. Mas a Procuradoria Geral da República (PGR) informou ao Supremo que ele havia descumprido a ordem.
Na ocasião, Silveira declarou que não cumpriria a decisão e chegou a passar a madrugada em seu gabinete na Câmara dos Deputados por entender que policiais não poderiam entrar no local.
Depois, por ordem de Moraes, o deputado se dirigiu à sede da Polícia Federal em Brasília para colocar o equipamento.
Fonte G1 Brasília