Estamos diante de uma nova praga na política brasileira: os prefeitos TikTokers. Uma geração de ex-vereadores que subiu no salto da internet invadindo hospitais com câmeras na mão, gritando contra tudo e todos, produzindo cortes sensacionalistas, fingindo ser a voz do povo — quando, na verdade, plantavam fake news e destruíam reputações para colher votos.
Um dos ícones dessa geração, o prefeito de Sorocaba, Rodrigo Manga (Republicanos), foi alvo de uma megaoperação da Polícia Federal nesta Quinta-Feira 10. A acusação: desvio de recursos da saúde, com apreensão de carros de luxo, mais de 15 armas e quase um milhão de reais em dinheiro vivo escondido em caixas e até no carro da cunhada, ligada a uma igreja investigada por transações suspeitas. Manga, que ficou famoso nas redes por vídeos engraçadinhos e “lacradas” contra hospitais, agora tenta se esquivar da Justiça com o mesmo roteiro de sempre: se diz perseguido político enquanto a PF vasculha seus cofres.
Mas o escândalo não para por aí. O prefeito de Cuiabá, Abílio Brunini, segue a mesma cartilha. Subiu na política com vídeos sensacionalistas, invadindo unidades de saúde e apontando o dedo sem provas. Hoje, em silêncio sobre o caso do colega de TikTok e de táticas, parece esquecer que ele próprio fez fama com as mesmas armas. Cuidado, Abílio: o Brasil está cansado de políticos que transformam o sofrimento alheio em curtida. A história mostra que a máscara cai — e às vezes, cai com algema.