O presidente do Cuiabá, Cristiano Dresch, assumiu a responsabilidade pelo rebaixamento da equipe à Série B do Campeonato Brasileiro. Em entrevista ao podcast Dinheiro em Jogo, comandado pelo jornalista Rodrigo Capelo, o dirigente pontuou os principais motivos da queda.
Durante a conversa, Dresch admitiu dificuldades do clube no fluxo de caixa – prova disso é o atraso no pagamento dos salários dos jogadores. Ele não refugou em dizer que errou no planejamento e citou a postura na segunda janela de transferências, em que contratou apenas um reforço.
– Nosso rebaixamento não é por falta de dinheiro. Eu assumo a responsabilidade, foram erros da gestão, que é minha. O Cuiabá tem dois donos, mas a gestão é minha, eu tomo as decisões e eu errei. Na janela de transferências do meio do ano, qual foi a nossa postura? Tirar o pé para não contratar, talvez errar e chegar no final do ano com um fluxo de caixa muito pior do que a gente tem hoje.
– A gente não tinha condições de investir em contratações. Eu acabei preferindo tirar o pé do acelerador. Nem que o clube caia, mas não vai cair endividado.
Na opinião do mandatário, no entanto, a maior razão para o descenso foi a demora na definição de um treinador depois da saída de António Oliveira. Foram quase 90 dias até o anúncio de Petit, que nem chegou a terminar o Brasileirão no cargo.
– O Cuiabá está crescendo e é visto por atletas e treinadores como um trampolim. Pela primeira vez, a gente virou ano com um treinador. O António Oliveira ano passado fez a melhor campanha do Cuiabá na Série A, mantivemos o técnico, fizemos um projeto de elenco desenhado em cima do trabalho do António Oliveira. No início de fevereiro, acabamos perdendo ele para o Corinthians.
– A reposição de um treinador foi o grande problema que eu tive, demorei muito para contratar um técnico, conseguimos contratar um treinador português novamente, o Petit, que não se adaptou à rotina do futebol brasileiro e acabou pedindo demissão. Foi um caso inédito que eu tive de dois treinadores pedirem demissão no mesmo ano. Acredito muito que se o Petit tivesse continuado, a gente teria conseguido, mas isso são águas passadas. O erro na reposição do treinador foi o maior fator (para o rebaixamento).
Cristiano falou sobre a previsão orçamentária com a presença do clube na Série B. Ele prevê redução superior a 50% na receita para 2025 – no ano passado, o Cuiabá bateu recorde e chegou a quase R$ 170 milhões em arrecadação.
Fonte GE Esportes