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Relatórios mostram que atos golpistas, tentativa de atentado a bomba e bloqueios em estradas ‘não são fatos isolados’, diz ex-diretor da Abin

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O ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Saulo Moura da Cunha afirmou nesta terça-feira (1º) em depoimento à CPI dos Atos Golpistas que os episódios de violência e antidemocráticos promovidos por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), após as eleições de 2022, “não são fatos isolados”.

Cunha, que estava à frente da Abin no dia 8 de janeiro, deu a declaração após ter sido questionado pela deputada Duda Salabert (PDT-MG) sobre episódios como:

  • os atos de vândalos bolsonaristas em Brasília em 12 de dezembro
  • a tentativa de um bolsonarista de explodir uma bomba nos arredores aeroporto de Brasília
  • os bloqueios feitos por caminhoneiros bolsonaristas em estradas contra o resultado das urnas
  • os atos golpistas de 8 de janeiro

“Houve relação entre esses fatos?”, indagou a deputada Duda Salabert na sequência.

“Nós encaminhamos uma série de relatórios, que estão à disposição da CPMI. Esses relatórios ? vou falar superficialmente porque estão sob sigilo ? obviamente enxergam uma sucessão de fatos, certo? Não são fatos isolados. Esses relatórios foram encaminhados não só à CPMI, mas também foram encaminhados à Polícia Federal, que está conduzindo o inquérito sobre atos extremistas”, respondeu o ex-diretor da Abin.

A Abin compartilhou com a CPI dos Atos Golpistas 11 relatórios de inteligência que descrevem as diversas frentes de organização da invasão dos prédios dos Três Poderes. A TV Globo teve acesso à integra desses 11 documentos, entregues em 21 de junho.

Nos relatórios, o órgão rastreia os suspeitos de financiar e divulgar os atos, além de indicar como eles se organizaram por meio das redes sociais e o plano orquestrado de ataque a torres de energia e sistemas de controle.

Durante o depoimento desta terça-feira, Duda Salabert também perguntou ao ex-diretor da Abin se os episódios citados pela parlamentar foram espontâneos ou se havia “traços” de que uma estratégia foi montada para invadir as sedes dos três poderes.

“Os relatórios foram encaminhados, parece que há certa organização, pelo menos de parte de grupos que ali estavam e que eram extremistas. Estavam organizados, houve discursos, houve incitação à violência. Não parece algo espontâneo”, respondeu Saulo Cunha.

Fonte G1 Brasília

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