REDES SOCIAIS

24°C

Relógio raro foi vandalizado em dois momentos durante ataque golpista ao Planalto, diz PF

Share on facebook
Share on twitter
Share on telegram
Share on whatsapp
Share on email

Uma perícia realizada pela Polícia Federal nas imagens do circuito interno do Palácio do Planalto identificou que o relógio histórico de Balthazar Martinot foi danificado em dois momentos diferentes durante os ataques do dia 8 de janeiro de 2023.

A obra, trazida por Dom João VI para o Brasil em 1808, virou um dos símbolos dos atos golpistas na sede da Presidência. O relógio é feito de casco de tartaruga e com um bronze que não é fabricado há dezenas de anos. No começo deste ano, a peça foi enviada para restauro na Suíça.

De acordo com o laudo, os manifestantes ocuparam o 3º andar do Palácio do Planalto, onde fica o gabiente do presidente Lula, por volta de 15h30. Três minutos depois, o relógio foi vandalizado pela primeira vez.

O momento foi gravado pelas câmeras de segurança. O invasor, vestido com uma blusa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), foi flagrado jogando o objeto no chão. Em seguida, ele atira um extintor de incêndio e tenta quebrar a câmera de segurança.

Ele foi identificado como Antônio Cláudio Alves Ferreira e está preso.

Antônio é réu no Supremo por crimes como associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça, com emprego de substância inflamável, contra o patrimônio da União e com considerável prejuízo para a vítima.

Relembre no vídeo abaixo esse primeiro ataque:

window.PLAYER_AB_ENV = “prod”

A PF apontou que, após Ferreira jogar o relógio no chão, um homem e uma mulher colocam o armário que apoia a peça no lugar. Em seguida, devolvem o relógio para o local.

Minutos depois, um homem usando chapéu camuflado, camisa da seleção brasileira e uma bandeira do Brasil amarrada começa a circular no terceiro andar. O invasor se aproxima da peça e, 16h12, volta a jogar o relógio no chão.

O homem não foi identificado no relatório. Na sequência, manifestantes continuam circulando e agentes de segurança chegam a fazer dois disparos com arma de fogo contra os golpistas, mas deixam o local, que volta a ser ocupado pelos invasores.

Veja, nas fotos abaixo, os momentos em que o relógio é colocado de volta no móvel e, em seguida, derrubado novamente:

  • Primeiro, um casal de rostos cobertos levanta o relógio que tinha sido derrubado por Antônio Cláudio Alves Ferreira:

  • Esta imagem mostra o relógio de volta ao móvel:

  • Pouco tempo depois, um segundo manifestante, de chapéu e uma bandeira do Brasil enrolada, derruba o relógio pela segunda vez:

  • A imagem abaixo mostra o relógio no chão, com peças espalhadas, após o segundo ataque:

Peça rara

O relógio de pêndulo do século XVII foi um presente da Corte Francesa para Dom João VI. Balthazar Martinot era o relojoeiro do rei francês Luís XIV.

Existem apenas dois relógios deste autor. O outro está exposto no Palácio de Versailles, na França, mas possui a metade do tamanho da peça que foi destruída pelos invasores do Planalto.

O valor do relógio não foi informado.

Veja outras obras danificadas no Palácio do Planalto:

  • “As mulatas”, de Di Cavalcanti: quadro foi encontrado com sete rasgos e peça tem valor está estimado em R$ 8 milhões.
  • “O Flautista”, de Bruno Jorge: avaliada em R$ 250 mil, a escultura em bronze foi encontrada completamente destruída, com pedaços espalhados pelo chão.
  • “Bandeira do Brasil”, de Jorge Eduardo: a pintura, que reproduz a bandeira nacional hasteada em frente ao palácio, foi encontrada boiando sobre a água que inundou todo o térreo do Planalto.
  • Escultura de parede em madeira de Frans Krajcberg: avaliada em R$ 300 mil, a peça teve galhos quebrados.
  • Mesa de trabalho de Juscelino Kubitschek: a mesa foi usada como barricada pelos terroristas.
  • Mesa-vitrine de Sérgio Rodrigues: o móvel teve o vidro quebrado.

Fonte G1 Brasília

VÍDEOS EM DESTAQUE

ÚLTIMAS NOTÍCIAS