Os Veículos Leves sobre Trilhos (VLT) que estão parados na região metropolitana de Cuiabá podem ir parar – ou rodar – no Rio de Janeiro. Como em tudo sobre esse assunto, mais um capítulo obscuro começa a ser escrito, com direito a especulações, investidas e negativas. A Prefeitura do Rio de Janeiro manifestou interesse em comprar os vagões do VLT que foram adquiridos pelo Governo de Mato Grosso. Uma equipe coordenada pelo secretário de Coordenação Governamental da capital fluminense, Jorge Luiz Arraes, esteve em Cuiabá para conhecer os veículos.
As informações que correm pelos bastidores da imprensa, e divulgadas até em alguns veículos de comunicação, é de que representantes do Governo de Mato Grosso apresentaram os trens do VLT para a comitiva da Prefeitura do Rio de Janeiro, com o objetivo de firmar um acordo para vender os trens para a gestão do prefeito Eduardo Paes (PSD-RJ).
Isso não agradou em nada o governador Mauro Mendes, que taxativo negou qualquer tipo de negociação dos veículos, alegando que os vagões não são do Estado, e sim do Consórcio VLT, com quem o Executivo fez negócio e comprou o sistema de transporte com “pacote fechado”, ou seja, só para receber o VLT funcionando.
“Tem zero fundamento. Zero ao quadrado, zero ao cubo. Porque nós entramos com ação na Justiça e esses vagões não são do Estado de Mato Grosso. Nós entramos na Justiça e dissemos: Levem isso embora, isso é de vocês, e devolva o meu dinheiro. Então, o Governo não está negociando com ninguém para vender vagão A, B ou C. E quem fala diferente disso está conversando fiado”, disparou o chefe do Paiaguás à imprensa na manhã desta terça-feira (24).
Contudo, à imprensa, o secretário de Coordenação Governamental do Rio de Janeiro, Jorge Luiz Arraes, disse que as tratativas para a compra iniciaram após a desistência do Governo de Mato Grosso em dar continuidade às obras do VLT, e depois que a Prefeitura do Rio iniciou os estudos para expansão do VLT Carioca. Com isso, passou a considerar a possibilidade de aquisição dos vagões.
Conforme Arraes, a visita técnica a Cuiabá foi realizada para avaliar as condições atuais dos veículos.
“Nós ficamos bem impressionados com o processo de manutenção dos veículos, com a metodologia técnica e com gente capacitada. Os trens seguem recebendo energia elétrica, com os motores em funcionamento e com todos os equipamentos. Do ponto de vista da manutenção nos equipamentos, levando em conta o período de aquisição de nove anos”, afirmou Arraes ao g1.
As discussões sobre uma possível aquisição, de acordo com o secretário, ainda estão em fase inicial e a Prefeitura do Rio de Janeiro e o Governo de Mato Grosso ainda não debateram valores.
Mauro Mendes refutou as informações divulgadas essa semana sobre a negociação, e, sem citar nomes, afirmou que tudo indica que alguém esteja “plantando” a notícia na imprensa de Mato Grosso.
“Nós não compramos vagões, compramos um sistema de transporte coletivo funcionando e eles não entregaram isso. E o Código Civil é muito claro: eles deram causa à rescisão contratual, então eles têm que indenizar o Estado. Então, levem isso embora e nos devolva o dinheiro. É isso que estamos pedindo na Justiça (…) Em Mato Grosso se planta muita soja, muito milho, e tem muita fofoca sendo plantada também”, concluiu o governador.
Em uma ação na qual que cobra o Consórcio VLT Cuiabá por danos, o Governo do Estado afirma que foram pagos R$ 497 milhões pelos 40 trens adquiridos.
O procurou um posicionamento da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Sinfra), que se limitou a dizer na tarde desta terça-feira (24), via assessoria, que “o Estado não irá se pronunciar sobre esse assunto, uma vez que os trens não estão em posse do Estado, e sim do Consórcio VLT”.
Fonte: Isso É Notícia