A delegada Iane Cardoso vai deixar o comando da investigação do assassinato de um tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT) por um apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), disse o secretário de segurança Pública do Paraná, Wagner Mesquita, nesta segunda-feira (17).
O caso será assumido pela chefe da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa, Camila Chies Cecconello.
O secretário nega que a troca tenha sido motivado pela revelação de que a delegada Iana, que deu início às investigações, fez no passado postagens contra o PT (leia mais abaixo).
“É bom deixar claro que a decisão de que a Dra. Camila assuma a condução do feito já havia sido tomada ontem a noite [domingo] em deliberação minha com o delegado-geral [do Paraná], com o objetivo de dar maior capacidade investigatória na tomada de decisões [e] visando a rapidez necessária para a apuração”, disse Mesquita.
O assassinato ocorreu no último fim de semana. O tesoureiro do PT Marcelo Aloizio de Arruda, de 50 anos, foi baleado durante sua festa de aniversário em Foz do Iguaçu (PR). A comemoração tinha como tema o partido e o ex-presidente Lula, que também é pré-candidato ao Palácio do Planalto (veja no vídeo abaixo).
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Os disparos foram feitos policial penal federal Jorge José da Rocha Guaranho (veja o que se sabe e o que falta esclarecer sobre o assassinato), que se define como “conservador e cristão” e é apoiador declarado de Bolsonaro
Nesta segunda, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou que pediria ao Tribunal Superior Eleitoral e à Polícia Federal que assumissem as investigações sobre o caso.
Um dos argumentos para a foram as postagens feitas pela delegada Iane Cardoso em uma rede social. Em 2016, ela escreveu que “petista quando não está mentindo está roubando ou cuspindo”.
Em entrevista ao blog, a delegada Iane Cardoso disse não ver prejuízo às investigações.
?Não me defino como petista, nem como bolsonarista. Trato o presente caso como sempre tratei todas as investigações que presidi durante toda a minha carreira: com responsabilidade, honestidade, parcimônia e visando sempre aplicação da lei, em busca da justiça”, afirmou.
O PT também quer a federalização com o argumento de que a Polícia Civil do Paraná não apresentou, ainda, os resultados da investigação dos disparos contra uma caravana do Lula em 2018.
Fonte G1 Brasília