Cristiano Zanin, indicado por Lula ao Supremo, afirmou nesta quarta-feira (21), durante sabatina no Senado, que sabe a distinção entre as funções de um advogado e de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
Indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a vaga deixada por Ricardo Lewandowski no STF, Zanin atuou na defesa do petista em processos da Operação Lava Jato, o que gerou críticas por parte da oposição contra a escolha do presidente..
“Sei a distinção dos papéis entre um advogado e um ministro do Supremo Tribunal Federal, se aprovado por este Senado. Saibam, senhoras senadoras, senhores senadores, que na verdade eu não vou mudar de lado, pois meu lado sempre foi o mesmo: o lado da Constituição, das garantias, amplo direito de defesa e do devido processo legal”, afirmou Zanin.
“Para mim, só existe um lado. O outro é barbárie, é abuso de poder”, acrescentou.
Ainda na fala de abertura da sabatina, Zanin afirmou que posições democráticas estão acima de “quaisquer outros interesses”. O advogado também disse que, se aprovado pelo Senado, atuará na defesa da Constituição e buscará a independência e a harmonia entre os poderes.
“Tive a honra de conversar com muitas lideranças, e bancadas e senadores e senadoras individualmente. Pude ouvir, aprender e ter a certeza de que posições democráticas estão acima de quaisquer outros interesses”, afirmou o advogado em sua fala de abertura.
“Tive a oportunidade ímpar, com muito respeito e transparência, de me apresentar a vossas excelências. Sempre defendi e defenderei o cumprimento da Constituição da República e das leis. Primo pelo mais profundo respeito ao espaço constitucional, individual ou coletivo, a fim de sempre zelar pela independência e harmonia entre os poderes da República”, completou.
‘Advogado de luxo’
Na exposição inicial que fez, Zanin também disse que o rotulam como “advogado de luxo”, por ter defendido grandes empresas ao longo da carreira como advogado.
Ele também disse que o chamam de “advogado pessoal” e “de ofício”, como se isso fosse um “demérito”, para ele, “injustificável”.
“Sou advogado, alguns me rotulam como advogado pessoal, porque lutei por direitos individuais mesmo contra a maré, sempre respeitando as leis brasileiras e a constituição. E também há quem me classifique como advogado de luxo, porque defendi estritamente com base nas leis brasileiras causas empresariais de agentes institucionais, importantes para a economia e que empregam milhares de pessoas, e ainda me chamam de advogado de ofício, como se fosse um demérito injustificável”, declarou.
Fonte G1 Brasília