Em mais um episódio típico de sua gestão turbulenta, o prefeito de Cuiabá, Abílio Brunini (PL), protagonizou um verdadeiro espetáculo de despreparo durante uma reunião virtual com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, e outros prefeitos de Mato Grosso. O encontro, que tinha como pauta a busca por ações emergenciais do Governo Federal diante das chuvas que assolam o estado, virou palco para um embate político, cortesia do prefeito da capital. Entre uma reclamação e outra, Abílio acusou o governo petista de favorecer municípios aliados enquanto ignorava Cuiabá por pura perseguição política.
O tom beligerante e desinformado de Abílio não passou despercebido. A cena que deveria demonstrar liderança e organização da prefeitura de Cuiabá se transformou num vexame, selado pela intervenção do Secretário Nacional de Proteção e Defesa Civil, Wolnei Wolff. Após ouvir as acusações em silêncio, Wolff desmontou a narrativa ao afirmar que, enquanto o prefeito esbravejava, ele havia solicitado uma verificação sobre o processo emergencial de Cuiabá. A conclusão? Não havia sequer um pedido formal protocolado pela prefeitura, diferente dos outros municípios presentes.
O constrangimento foi imediato e absoluto. Sem um argumento plausível, Abílio ficou desarmado, com seu discurso despencando sob o peso da própria desinformação. Fontes que acompanharam a reunião relataram o clima de incredulidade e choque diante da postura agressiva e da falta de preparo do prefeito. O espetáculo revelou não apenas a ausência de articulação política, mas também a negligência administrativa de uma gestão que prioriza holofotes em detrimento de ações concretas.
O episódio é um reflexo da crescente incapacidade de diálogo e planejamento que marca a administração da capital mato-grossense. No palco improvisado da videoconferência, Abílio não só perdeu a oportunidade de buscar apoio federal, como também reforçou sua imagem como o protagonista de uma tragicomédia política. No teatro do poder, o prefeito de Cuiabá mais uma vez roubou a cena — mas, ao que parece, sem ensaio, sem roteiro e sem nenhuma ideia de como resolver os problemas reais de sua cidade.