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Um presidente ‘precisa de papéis’ sigilosos, diz Bolsonaro sobre operação do FBI contra Trump

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O presidente Jair Bolsonaro minimizou neste sábado (13) a operação do FBI que apreendeu documentos oficiais ultrassecretos na casa do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, na Flórida. Bolsonaro afirmou que “um presidente sempre precisa de papéis”, ao comentar o caso do aliado cujo mandato se encerrou em 2021.

Segundo a justiça norte-americana, Trump está sob investigação criminal por possíveis violações à Lei de Espionagem, além de infrações relacionadas à obstrução da Justiça e destruição de registros do governo federal.

A Lei de Espionagem dos Estados Unidos proíbe a retenção não autorizada de informações de segurança nacional que possam prejudicar o país ou ajudar um adversário.

“Eu tenho liberdade para falar com o Trump, mas não liguei para ele. Foi uma busca e apreensão. Foram buscar papéis, lá, secretos e sigilosos, que teriam, teriam sido guardados com ele. Agora, um presidente sempre precisa de papéis. Eu tenho informações privilegiadas. Vão fazer o quê? Vão me prender agora?”, afirmou Bolsonaro durante entrevista ao canal Cara a Tapa, do blogueiro Rica Perrone.

Ditadura militar

O candidato do PL ao Palácio do Planalto também falou sobre a ditadura militar no Brasil, que durou de 1964 a 1985.

Nesse período, houve perseguição, tortura e assassinatos de opositores do regime. O Congresso Nacional foi fechado. Imprensa e artistas foram censurados. Os brasileiros ficaram mais de 20 anos sem poder votar para presidente da República.

Em dezembro de 2014, a Comissão Nacional da Verdade divulgou um relatório no qual responsabilizou 377 pessoas por crimes cometidos durante a ditadura, entre os quais tortura e assassinatos. O documento também apontou 434 mortos e desaparecidos na ditadura; e 230 locais de violações de direitos humanos.

Bolsonaro, que é capitão reformado do Exército, afirmou durante a entrevista que “ninguém” nega que houve “coisa errada” no período dos militares no poder, mas reduziu as violações praticadas a “cascudo, tapa e afogamento”.

“Teve coisa errada? Ninguém vai negar que teve. Levou cascudo, tapa, afogamento. Ninguém vai negar. Mas pro lado de cá nós sofremos também”, disse o presidente.

Bolsonaro também desdenhou de pessoas que, na Câmara dos Deputados, disseram que foram vítimas de tortura durante a ditadura. “Aparecia os torturados com a pele mais lisa que a Branca de Neve. Uns [diziam] ‘me quebraram os ossos todos’. Tira um raio-x e vê se tem algum calo ósseo”, declarou.

Fonte G1 Brasília

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