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Vice-presidente de comissão quer que União Europeia contribua para Fundo Amazônia ainda neste ano

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O vice-presidente Executivo da Comissão Europeia e líder das negociações climáticas da União Europeia (UE), Frans Timmermans, disse nesta segunda-feira (23) que o bloco econômico passará a contribuir para o Fundo Amazônia e que trabalha para que as doações comecem ainda neste ano.

Criado em 2008 para financiar projetos de redução do desmatamento e fiscalização do bioma, o fundo foi paralisado no início do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. No primeiro dia deste ano, Lula assinou decreto para reativar o mecanismo.

“O que podemos falar hoje é que vamos contribuir para o fundo. O que não posso dizer hoje é com quanto, ainda temos que definir isso na União Europeia, mas com certeza vai contribuir, porque acreditamos que essa é a maneira mais rápida de mostrar resultados concretos”, afirmou Timmermans em entrevista à TV Globo.

“Eu espero que [a contribuição] seja antes da próxima COP em Dubai para que sejamos claros [sobre o assunto] e para que possamos atrair outros financiadores”, acrescentou o vice-presidente da comissão, referindo-se à próxima Conferência do Clima que acontecerá nos Emirados Árabes entre novembro e dezembro deste ano.

Ele afirmou que as sinalizações do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) devem ajudar a acelerar o processo, uma vez que a análise do bloco é a de que o governo tem se mostrado comprometido com o combate ao desmatamento.

Na análise de Timmermans, houve uma forte mudança na área ambiental em relação ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

“É uma diferença como da noite para o dia. Eu também trabalhei com o governo Bolsonaro e era muito difícil de convencê-los a avançar nesses problemas. No final, demos pequenos passos, mas nunca conseguimos um comprometimento real, um comprometimento no cenário internacional”, afirmou.

“O Brasil é uma liderança tão importante no mundo nessa área e tem responsabilidade [sobre o assunto]”, completou.

Timmermans que trabalha para ratificar o acordo entre Brasil e União Europeia e acredita que a sinalização do governo brasileiro em relação ao meio ambiente pode ajudar a destravar o acordo.

“Eu vou fazer o meu melhor, porque eu acho que o presidente Lula merece crédito pelo seu histórico, ele está preparado para combater o desmatamento”, disse.

“Eu quero que essa mensagem seja ouvida claramente na Europa e nós veremos se isso terá um efeito positivo, eu acho que terá, mas outros líderes europeus também virão ao Brasil em breve e eles todos vão testemunhar o fato de que Lula está levando este assunto muito a sério”, emendou Timmermans.

O vice-presidente da comissão afirmou que a UE também atuará para combater a impunidade daqueles que estão exercendo atividades econômicas ilegais na Amazonia.

“[Precisamos] ter certeza de que a Europa identifique os que obtém lucro dessas atividades ilegais e encerrar suas atividades. O fato de as pessoas pensarem que podem seguir com o crime é ruim, porque atrai outros criminosos”, declarou.

O vice-presidente da comissão visitará nesta terça-feira (24) Belém, no Pará, onde visitará projetos ligados à bioeconomia.

A cidade é a candidata do Brasil para sediar a COP30, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima que acontecerá em 2026, mas a UE não deve sinalizar apoio à cidade brasileira durante a visita.

“Não depende de nós decidir [sobre o apoio] e temos países da União Europeia que querem ser sede, mas vamos dizer que eu ficaria muito empolgado se fosse sediado em Belém”, disse o representante europeu.

Pará é o estado que registrou o maior desmatamento na Amazônia em 2022. Perguntado se este seria o ambiente adequado para uma COP, Timmermans respondeu que seria a oportunidade para enfrentar o problema. “Eu acredito que se você realmente quer fazer a diferença, você tem que ir em lugares em que fazer a diferença realmente conta. E lá é um desses lugares no planeta”, disse.

Fonte G1 Brasília

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