Carga de 2.700 toneladas que saiu da Queiroz Agro, ligada à Fênix Complexo Industrial e Fênix Biodiesel, todas no mesmo endereço em Alta Araguaia.
A apreensão de 2.700 toneladas de farelo de soja com suspeita de adulteração no Porto de Paranaguá (PR), avaliada em cerca de R$ 6 milhões, levanta dúvidas sobre a origem da carga e suas conexões empresariais. O farelo, barrado pelo Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR) por suposta contaminação com areia, partiu da empresa Queiroz Agro LTDA, localizada em Alto Araguaia (MT) e administrada por Osmar Alves de Queiroz, que também figura como conselheiro da Fênix Complexo Industrial S/A. Coincidentemente, tanto a Fênix Biodiesel LTDA, de José Aparecido dos Santos, o Cidinho, quanto a própria Fênix Complexo Industrial, onde Eloi Vitorio Marchetti é conselheiro, operam no mesmo endereço da Queiroz Agro.
Documentos da Receita Federal confirmam que as três empresas compartilham a rodovia MT-299 como sede, indicando uma complexa rede de negócios que envolve não apenas a fabricação de biocombustíveis, óleos vegetais e fertilizantes, mas também a exportação de produtos agrícolas. A relação entre os sócios das empresas e fundos de investimento, como o Fundo 5M, ligado a Luís Antônio Taveira Mendes, filho do Governador Mauro Mendes, e a empresa RGpar, de Laurinha Garcia, mãe de Fabinho Garcia, levanta questionamentos sobre a estrutura societária e a influência de grandes investidores no setor.
A repercussão do descarte do farelo de soja em um aterro sanitário no Paraná mobilizou autoridades e caminhoneiros, que sofreram prejuízos com a retenção dos veículos no pátio do porto. Em nota, a Queiroz Agro negou qualquer irregularidade e afirmou que a carga estava dentro dos padrões técnicos exigidos para exportação, conforme a regulamentação Anec 71. No entanto, a suspeita de fraude e adulteração ainda está sob investigação, e novas revelações podem surgir nos próximos dias.
A ligação entre a Queiroz Agro e a Fênix Complexo Industrial, que tem Osmar Queiroz como presidente e Eloi Marchetti como conselheiro, desperta atenção devido ao possível envolvimento de figuras políticas e empresariais influentes em Mato Grosso. Além disso, a presença da Fênix Biodiesel, no mesmo endereço, levanta questionamentos sobre a real natureza das operações e possíveis implicações para o setor agroindustrial do estado.
A Polícia Civil e órgãos reguladores seguem investigando o caso, que pode se tornar um escândalo de grandes proporções caso sejam confirmadas fraudes na exportação de farelo de soja. Com valores milionários envolvidos e um enredo que conecta empresas, investidores e figuras do alto escalão empresarial, a apuração dos fatos promete trazer desdobramentos que podem impactar diretamente o agronegócio brasileiro.