O Ministério da Justiça enviou à CPI dos Atos Golpistas um relatório da Força Nacional sobre a atuação no 8 de janeiro ? dia em que apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiram e vandalizaram as sedes dos Três Poderes em Brasília.
O documento enviado à CPI é assinado pelo diretor da Força Nacional de Segurança Pública em exercício Ivair Matos Santos.
Ele disse que “a Força Nacional prontamente acionou e empregou seu efetivo assim que demandada pelos escalões superiores, fazendo cumprir com rigor as determinações e orientações que lhe foram passadas e repassadas”.
A Força Nacional enviou fotos de agentes feridos nos atos golpistas e disse que, mesmo assim, eles conseguiram blindar a sede do MJ contra depredações.
?Cumpre gizar que onde estivemos por tempo integral, nos prédios do Ministério da Justiça e Segurança Pública, não se registrou qualquer dano, mesmo diante de volumosa e hostil turba tão próxima do perímetro?, diz o documento.
Na semana passada, o ministro da Justiça, Flávio Dino, disse que no dia 7 de janeiro ? véspera dos ataques golpistas que vandalizaram as sedes dos Três Poderes ? chegou a editar uma portaria prevendo a atuação da Força Nacional em Brasília. Mas, segundo ele, não houve qualquer resposta do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB).
Questionado, o Palácio do Buriti não respondeu às declarações do ministro até a última atualização desta postagem.
A declaração de Flávio Dino foi dada após uma palestra na Conferência das Cidades Latino-americanas, no Setor Hoteleiro Norte.
O ministro disse que, por um entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), a Força Nacional só pode atuar nos estados e no Distrito Federal com anuência do governador.
“Não houve essa autorização até 17h, 18h, por parte do governo do DF. E a denúncia oferecida pelo MP, em relação aos comandos, revelou a razão. Que é exatamente a posição da PM do DF. Lá está transcrito na denúncia um conjunto de diálogos que mostra que a PM do DF era contra a atuação da Força Nacional, e isso, infelizmente, determinou essa demora”, disse o ministro.
Fonte G1 Brasília