O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, conseguiu apoio de outros economistas ligados ao PT na missão de convencer o presidente Lula a aceitar a manutenção do déficit zero na Lei de Diretrizes Orçamentárias que será votada nos próximos dias.
Haddad conversou sobre o assunto com economistas considerados heterodoxos e que, em tese, poderiam torcer o nariz para manutenção da meta zerada em 2024. De acordo com fontes ouvidas pelo blog, o ministro teve a manifestação positiva de apoio desses economistas, inclusive com a defesa da tese junto ao presidente Lula.
O ministro da Fazenda teve ao seu lado na missão o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, Luiz Gonzaga Belluzzo e Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda. Também aliou-se a Haddad a favor da manutenção da meta o presidente do BC, Roberto Campos Netto, mas sem a mesma influência junto a Lula e considerado um economista ortodoxo.
Na contramão dos defensores na manutenção, estão parlamentares do PT como Lindebergh Farias, que propos uma emenda para alterar a meta de déficit zero na LDO.
Haddad ganhou a batalha, mas não a guerra. Conseguiu empurrar a discussão para o ano que vem. Se em março, após o relatório bimestral de receitas e despesas, a meta estiver distante, o governo poderá propor um PLN (Projeto de Lei do Congresso Nacional) para o Congresso alterar o déficit na LDO. Mas, para isso acontecer, deverá ter o apoio do Congresso, o que hoje é um cenário incerto. Os presidentes da Câmara, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco, já disseram ser contra a mudança.
Fonte G1 Brasília