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Lúdio afirma que escassez de água e falta de prevenção agravaram incêndios no Pantanal

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O deputado estadual Lúdio Cabral (PT) avaliou que a escassez progressiva da água e ausência da prevenção de incêndios agravaram as queimadas que atingiram o Pantanal de Mato Grosso nesse mês de novembro, resultando na perda de 1 milhão de hectares do bioma. A fala do deputado foi feito durante uma audiência pública na Assembleia Legislativa, realizada na quinta-feira (23).

O encontro reuniu moradores, entidades, pesquisadores e gestores de órgãos federais para debaterem criações de políticas públicas e evitar que nos próximos anos ocorra outros incidentes.

“Uma coisa é se preparar para enfrentar o fogo, que é tarefa do Corpo de Bombeiros na linha de frente. Presenciamos todo o esforço das equipes em campo quando fomos ao Porto Jofre na semana passada. Outra coisa é planejamento para evitar que os incêndios aconteçam. Depois de 2020, muita coisa deveria ter sido feita e não foi. O Estado precisa se preparar”, observou Lúdio. Ele citou ainda a estrutura precária na região. “Até o Pixaim a energia elétrica tem três fases, depois é uma fase só e há equipamentos que dependem de três fases. A internet é precária, não há sinal de celular. Tem apenas um servidor no Parque Estadual Encontro das Águas”, citou Lúdio.

O deputado lembrou também da importância de políticas públicas de proteção e recuperação ambiental. “A raiz do problema é a escassez progressiva de água. Temos que preservar não só a planície, mas também o planalto. Por isso muitas entidades usam a frase ‘Pantanal por inteiro e não pela metade’. Porque as principais ameaças estão fora da planície pantaneira: monocultura de plantas com raízes rasas que impedem a infiltração de água nos lençóis freáticos e lançam veneno nas águas, hidrelétricas nos rios que alimentam o Pantanal”, completou Lúdio.

Combate ao fogo

O presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Mauro Pires, que esteve em Mato Grosso na semana passada e foi aos locais dos incêndios, participou online da audiência. “O fogo atinge também as turfas do Pantanal, as áreas subterrâneas, e o solo precisa estar mais encharcado para evitar a continuidade do incêndio. Neste ano foram queimados quase 1,3 milhão de hectares. A situação não foi tão ruim quanto em 2020, mas não podemos continuar nesse patamar. Temos que trabalhar com prevenção. Lá no Porto Jofre, além do ICMBio, Ibama e Corpo de Bombeiros, contamos com várias organizações da sociedade civil que ajudaram no combate ao fogo e resgate de animais”, disse.

O coronel Dércio Santos, chefe do Comitê de Gestão do Fogo da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), e a coronel Vivian Rizziolli, diretora operacional do Corpo de Bombeiros Militar, relataram o trabalho das equipes em campo e a estrutura usada para combater o fogo, com 120 bombeiros, 5 aviões, 4 helicópteros e 11 barcos. A superintendente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Cibele Xavier Ribeiro, informou que o programa de prevenção a incêndios no Pantanal tem 301 brigadistas, e na linha de frente do combate ao fogo estão 74 brigadistas do Ibama e 63 do ICMBio.

Fonte: Isso É Notícia

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