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Mercado espera mudança na meta de ‘déficit zero’ e monitora compromisso do governo com contas públicas, diz Galípolo

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O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou nesta sexta-feira (16) que o mercado financeiro já espera uma mudança da meta fiscal fixada para o ano de 2024, de déficit zero ? mas, mesmo assim, monitora as atitudes do governo que demonstrem compromisso com as contas públicas.

Galípolo, que já foi secretário-executivo do Ministério da Fazenda na gestão de Fernando Haddad, participou de live promovida pelo Bradesco Asset, em São Paulo. Ele foi um dos primeiros indicados pelo governo Lula para a diretoria do Banco Central.

“Recebendo algumas pesquisas de mercado, que a gente recebe, a gente vê também que há uma grande maioria do mercado, uma expectativa de mudança de meta [fiscal de déficit zero fixada para 2024]. Mais de 90%”, disse Galípolo.

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De acordo com o diretor do BC, as projeções do mercado financeiro são de um déficit público de cerca de 0,8% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, um valor acima de R$ 80 bilhões ? bem distante da meta de zerar o rombo das contas.

Ele avaliou que o impacto desse déficit fiscal já está, inclusive, embutido nas projeções dos analistas para outros indicadores, como a inflação estimada para este ano ? que, na semana passada, estava em 3,82% (acima da meta central de 3%, mas abaixo do teto de 4,5%).

“E eu preciso assumir que há uma coerência na resposta de expetativa de déficit com as demais variáveis. Imagino que, quem respondeu àquela pesquisa, respondeu déficit, respondeu câmbio, respondeu taxa terminal [de juros], respondeu inflação. Então, de alguma maneira, há de se imaginar que há uma coerência entre aquelas expectativas. De uma certa forma, é possível se dizer que está no preço a expectativa de um déficit em torno de 0,8% [nas contas em 2024]”, acrescentou Galípolo.

Segundo o diretor do BC, o mercado financeiro parece estar menos preocupado com o número em si, e mais interessado nos indicativos da equipe econômica sobre o compromisso com o equilíbrio fiscal.

Ou seja: o interesse está nas intenções, mesmo que a meta não seja cumprida agora em 2024.

“Parece um indicativo muito mais de como pode ser percebido o compromisso do governo com o equilíbrio fiscal do que efetivamente um debate em torno do número, me parece, o que dificulta ainda mais a interpretação. Pois agrega mais uma subjetividade no processo, porque parece depender muito de, como o comportamento ao longo do ano, não só nesse governo mas em qualquer governo, de como as atitudes vão revelar ou não, para o mercado, uma percepção de compromisso com a questão fiscal”, concluiu Galípolo.

Fonte G1 Brasília

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