O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD-MT), afirmou nesta quarta-feira (8) que erraria as questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) sobre o agronegócio, que foram críticas por pela bancada ruralista no Congresso Nacional.
Foram questionadas três questões que exploram: fatores negativos do agronegócio no Cerrado, mencionando, por exemplo, a “superexploração dos trabalhadores” e as “chuvas de veneno”; nova corrida espacial financiada por bilionários, discutindo as perspectivas que ela aponta; e o avanço da cultura da soja e o desmatamento na Amazônia.
“O que eu posso dizer com relação a isso, e nada mais que isso, é que se eu estivesse fazendo a prova, eu iria errar umas duas ou três questões porque eu vivo e sei a qualidade de vida, eu sei o desenvolvimento que o agro é para essas regiões. Se eu tivesse respondido a prova, eu teria errado a resposta que eles consideraram certa”, afirmou o ministro.
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O ministro, porém, defendeu o governo afirmando que são “professores renomados” que elaboram as questões.
“Não é o governo que faz a prova. São professores renomados que fazem”, afirmou Fávaro.
Questionado se o erro estaria na resposta que daria às questões ou na avaliação do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) da alternativa apontada como a correta, o ministro desconversou.
“Tem que perguntar para o avaliador. Eu não sei avaliar prova”, disse Carlos Fávaro.
Carlos Fávaro também afirmou que a própria ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede-SP), divulgou números que mostram que a minoria dos produtores rurais comete crimes ambientais.
“A própria ministra Marina Silva disse hoje, em um evento da própria Abiove [Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais], que, estatisticamente, menos de 2% dos produtores brasileiros são os que insistem em cometer crimes ambientais. Portanto, mais de 98% dos produtores brasileiros têm boas práticas de sustentabilidade. Isso é uma referência para o mundo. E basta ver os índices de desenvolvimento das regiões agrícolas comparado com qualquer outra região do Brasil”, disse.
Perguntado se o Inep ainda não teria assimilado as faces boas do agronegócio citadas por ele próprio, Carlos Fávaro respondeu: “Talvez vá compreender no dia a dia”.
Carlos Fávaro também disse que não pretende fazer nenhuma avaliação da repercussão do caso e que não é atribuição dele fazer qualquer mediação para resolver a insatisfação da bancada ruralista. “Não é atribuição minha ser comentarista de prova de Enem”, justificou.
Fonte G1 Brasília