Em meio à tensão do governo por uma solução de curto prazo para garantir a reeleição, a aposta é que, uma vez na cadeira, Caio Paes de Andrade, indicado para a presidência da Petrobras, troque a diretoria da estatal e garanta um intervalo entre os reajustes dos combustíveis, evitando novas altas até o primeiro turno da eleição.
A equipe econômica diz que essa ideia não é nova ? foi, inclusive, discutida na gestão de Castello Branco ? mas ganhou força com a proximidade da eleição e com o surgimento da proposta de alteração na Lei das Estatais. Uma das ideias é espaçar os reajustes em 100 dias ? mas ainda está em estudo.
Ou seja, se acontecer, o reajuste só acontecerá após as eleições ? exatamente o que o governo quer.
MP das estatais
Defendida pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a mudança na Lei das Estatais é vista como uma forma de intervir mais diretamente na administração da Petrobras e, assim, garantir uma alteração na política de preços de combustíveis.
Tanto que Lira não gostou ao ouvir do novo ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, que afirmou na terça que o governo não podia interferir nos preços dos combustíveis.
Mas técnicos da Economia falaram para o presidente da Câmara que há demandas da ala política que desvalorizam a imagem da Petrobras, e que melhor seria deixar Caio Paes de Andrade resolver sem necessidade de mudança na lei.
Além do intervalo maior, a equipe econômica aposta na criação de um subsidio para os caminhoneiros e na ampliação do vale-gás, que hoje paga o equivalente a 50% do preço de referência do botijão de 13 kg a cada 2 meses para 5,68 milhões de famílias.
Tais opções são consideradas viáveis, tanto mais porque o governo já tem informações sobre os caminhoneiros para focar a concessão dos subsídios. No entanto, ela exigiria a decretação de estado de emergência para justificar gasto excepcional no período eleitoral ? outra hipótese que já vinha sendo considerada pelo governo.
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Fonte G1 Brasília