REDES SOCIAIS

33°C

Saúde deixou de receber R$ 45,1 bilhões e Educação, R$ 7,2 bilhões com o teto de gastos; Haddad fala em recompor valores

Share on facebook
Share on twitter
Share on telegram
Share on whatsapp
Share on email

Cálculos da Instituição Fiscal Independente (IFI), ligada ao Senado Federal, apontam que a área de Saúde deixou de receber R$ 45,1 bilhões em verbas federais, nos últimos seis anos, em razão dos limites impostos pelo teto de gastos.

Na Educação, o orçamento poderia ter sido de R$ 7,2 bilhões a mais no somatório do período se a regra de limitação das despesas públicas não estivesse em vigor.

  • Os valores consideram todo o período de vigência do teto (de 2017 até agora) e não foram corrigidos pela inflação.
  • O cálculo compara o orçamento executado de fato com o investimento mínimo que deveria ter sido feito, nas duas áreas, pelas regras anteriores.
  • Antes do teto, o governo federal tinha obrigações de investimento mínimo em saúde e educação ? o valor era definido como um percentual da receita corrente líquida. Por aquela regra, o governo poderia gastar mais que esse valor, mas nunca menos.

Nesta terça-feira (21), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a nova âncora fiscal, que está em fase final de discussão entre o governo e parlamentares, para ser enviada ao Congresso Nacional até 15 de abril, vai contemplar uma regra de transição para as áreas de saúde e educação.

?Como a gente está saindo de uma regra muito rígida que retirou muitos recursos, retira muitos recursos da saúde e da educação, nós precisamos imaginar uma transição para o novo arcabouço que contemple a recomposição das perdas dos dois setores?, disse Haddad, na ocasião.


window.PLAYER_AB_ENV = “prod”

Entenda o cálculo

Antes do teto, os gastos mínimos do governo federal a cada ano com saúde e educação eram calculados como um percentual da receita corrente líquida.

Se o governo arrecadava mais impostos, a receita corrente líquida aumentava ? e com isso, também subia o gasto mínimo nessas áreas.

Com o teto de gastos, esse piso passou a ser corrigido somente pela inflação ? não obrigando aumentos reais (acima da variação dos preços).

As perdas na Saúde

De acordo com os cálculos da Instituição Fiscal Independente, a Saúde registrou perdas em dois anos desde o início do teto de gastos:

Em 2020 e 2021, com a pandemia da Covid-19, houve uma suplementação de recursos e o valor ficou bem acima do valor mínimo.

As perdas na Educação

Já a área de Educação, ainda segundo os dados da IFI, deixou de receber recursos em 2021 e 2022 – quando os valores executados ficaram abaixo do piso anterior ao teto (fixado pela receita corrente líquida).

  • Em 2021, as perdas foram de R$ 500 milhões e, no ano passado, R$ 6,7 bilhões. O valor total, sem considerar a inflação, é de R$ 7,2 bilhões.

Novo ‘arcabouço fiscal’

A área econômica do governo está trabalhando no chamado “arcabouço fiscal”, novas regras para as contas públicas, para substituir o atual teto de gastos como parâmetro para o controle dos gastos ? uma “âncora fiscal”, no jargão da economia.

A ideia é de se criar um mecanismo, em substituição ao chamado teto de gastos (que limita a maior parte das despesas à inflação do ano anterior), que permita ao governo fazer investimentos e despesas orçamentárias em saúde e educação, por exemplo, os chamados gastos sociais, sem gerar descontrole nas contas públicas.

Apesar de ainda não haver informações sobre qual será o desenho da nova regra fiscal, especialistas consultados pelo g1 são unânimes em dizer que o novo arcabouço é necessário para que o governo consiga melhorar ao longo do tempo o resultado das suas contas públicas e também para estabilizar o endividamento público.

Conforme informou ontem o ministro Haddad, a nova regra para as contas públicas deve trazer uma regra de transição para as áreas de saúde e educação que “contemple a recomposição das perdas dos dois setores”.

Fonte G1 Brasília

VÍDEOS EM DESTAQUE

ÚLTIMAS NOTÍCIAS