O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, divulgou o vídeo de um novo ataque letal a uma embarcação, que ele afirma estar ligada ao narcotráfico, nesta sexta-feira (19).
Em um post em sua rede Truth Social, o republicano afirmou que a Inteligência dos EUA confirmou que o barco estava carregado de drogas e que três homens morreram.
“Por ordem minha, o Secretário da Guerra ordenou um ataque cinético letal a uma embarcação afiliada a uma organização terrorista que realizava narcotráfico na área de responsabilidade do Comando Sul dos Estados Unidos. A Inteligência confirmou que a embarcação traficava narcóticos ilícitos e transitava por uma passagem conhecida pelo narcotráfico, a caminho de envenenar americanos. O ataque matou três narcoterroristas do sexo masculino a bordo da embarcação, que se encontrava em águas internacionais. Nenhum membro das Forças Armadas dos EUA foi ferido neste ataque”, escreveu.
Desde o início de setembro, os EUA destruíram outras três embarcações que, segundo o governo Trump, transportavam drogas. Catorze pessoas morreram nessas operações.
Horas antes desta nova ação norte-americana, a Procuradoria da Venezuela pediu à ONU que investigue os ataques dos Estados Unidos a barcos no Caribe.
Em comunicado divulgado para a imprensa, o procurador-geral do país, Tarek William Saab, qualifica os ataques como “crimes contra a humanidade” cometidos pelos EUA e afirma que as vítimas, que o governo americano afirma serem narcotraficantes, eram apenas pescadores.
“O uso de mísseis e armas nucleares para assassinar, em série, pescadores indefesos em uma pequena lancha são crimes contra a humanidade que devem ser investigados pela ONU”, declarou Saab, citado em um comunicado de imprensa.
Na rede social X, o chanceler venezuelano Yván Gil afirmou que pedido do país ao Conselho de Segurança da ONU é para que se exija o fim imediato das ações militares dos Estados Unidos no mar do Caribe:
“Os próprios oficiais dos Estados Unidos asseguram que essas ações resultaram em assassinatos extrajudiciais de civis, com a intenção de semear terror em nossos pescadores e em nosso povo. É fundamental que se respeite a soberania política e territorial da Venezuela e de toda a região caribenha”.
O pedido acontece um dia após o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciar que militares vão às comunidades para treinar civis no uso de armas.
Há algumas semanas, ele já havia convocado voluntários da milícia, um corpo formado por civis, para treinar nos quartéis. Maduro acusa Washington de planejar uma invasão após a decisão de enviar navios de guerra ao Caribe.
“No próximo sábado, 20 de setembro, os quartéis, a Força Armada Bolivariana, vão até o povo, vão às comunidades, para colocá-los para revisar, para ensinar a todos os que se alistaram, homens e mulheres, no manuseio do sistema de armas. Vai ser a primeira vez que os quartéis com suas armas e soldados vão até o povo, às comunidades”, afirmou Maduro em um evento oficial transmitido pelo canal estatal VTV.
Na quarta-feira (17), a Força Armada Nacional venezuelana também deu início a três dias de exercícios militares na ilha caribenha de La Orchila, a 65 km do continente. É a mobilização militar mais ostensiva determinada por Maduro desde que os EUA enviaram uma frota ao Caribe, no mês passado, sob o argumento de combater o narcotráfico.
Washington acusa Maduro de ligação com o narcotráfico e oferece recompensa de US$ 50 milhões (cerca de R$ 265 milhões) por sua captura. Os EUA e as principais democracias da América e da União Europeia não reconhecem o líder chavista como presidente.
Nas últimas semanas, os EUA enviaram uma série de navios de guerra para o sul do Caribe – ao menos sete navios e um submarino nuclear -, além de caças F-35 que estão em Porto Rico para apoiar a frota.
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Fonte G1 Brasília