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Trump publica carta para Bolsonaro e diz que processo contra ex-presidente deve terminar ‘imediatamente’

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, publicou nesta quinta-feira (17) uma carta endereçada a Jair Bolsonaro (PL) em que volta a defender o ex-presidente do Brasil e e a criticar a Justiça brasileira.

“Eu vi o terrível tratamento que você está recebendo nas mãos de um sistema injusto (…) . Este processo deve terminar imediatamente!”, afirma Trump, em carta com timbre da Casa Branca publicada em sua rede social, o Truth Social.

Bolsonaro é réu numa ação penal que apura a tentativa de ruptura institucional planejada por um núcleo próximo ao ex-presidente. Na segunda-feira (14), a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a condenação de Bolsonaro pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa. O julgamento ainda não tem data para ocorrer.

Segundo a PGR, Bolsonaro liderou uma organização criminosa armada voltada a desacreditar o sistema eleitoral, incitar ataques a instituições democráticas e articular medidas de exceção.

Ainda na carta desta quinta, Trump alega que o governo brasileiro realiza “ataques à liberdade de expressão, tanto no Brasil quanto nos EUA”.

A carta é mais uma defesa de Bolsonaro feita por Trump desde que o presidente dos Estados Unidos anunciou um tarifaço de 50% ao Brasil, sob argumentos políticos ?como a interferência na democracia brasileira e no Judiciário? e comerciais.

O governo brasileiro reagiu à carta de Trump:

“Uma coisa é questão do Poder Judiciário ?e é importante destacar que a separação dos poderes é pedra basilar do Estado Democrático de Direito? e outra coisa é a tarifa, que é comércio, e no comércio se busca solução. Nós queremos até ampliar o comércio, podemos ter meta de ampliação do comércio Brasil com os Estados Unidos. Não há nenhuma relação entre questões do poder judiciário e tarifas. São coisas que não têm nexo”, respondeu o vice-presidente Geraldo Alckmin, ao ser questionado a respeito.

A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, classificou a carta como “chantagem” contra o Brasil.

“A carta de Donald Trump a Jair Bolsonaro expõe cruamente a chantagem que estão fazendo contra o Brasil. O estadunidense exige que o país desista da soberania nacional, de nossa Justiça e nossas leis, para desarmar as tarifas e sanções que ameaça impor ao país. Quanto mais se aproxima a hora do julgamento, mais claro fica que Bolsonaro coloca seus interesses acima de tudo, inclusive do Brasil e do povo brasileiro”, disse Hoffmann.

Tarifas

No último dia 9, Donald Trump assinou uma carta endereçada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na qual anunciou a tarifa de 50% alegando, por exemplo, que os Estados Unidos têm uma relação comercial desfavorável com o Brasil.

Na verdade, segundo os dados oficiais, os EUA têm superávit, ou seja, mais exportam para o Brasil que importam em valor agregado.

Desde o anúncio da nova taxação, Trump saiu repetidas vezes em defesa de Bolsonaro. “Acredito que isso seja uma caça às bruxas e que não deveria estar acontecendo”, disse o presidente, na última terça (15).

Bolsonaro é réu por tentativa de golpe

A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao Supremo Tribunal Federal a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa. As acusações fazem parte das alegações finais apresentadas na ação penal que apura a tentativa de ruptura institucional planejada pelo núcleo próximo ao ex-presidente.

Segundo a PGR, Bolsonaro liderou uma organização criminosa armada voltada a desacreditar o sistema eleitoral, incitar ataques a instituições democráticas e articular medidas de exceção.

Em interrogatório no Supremo Tribunal Federal (STF) em junho, Bolsonaro negou que tenha liderado a trama golpista.

Em março, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu por unanimidade tornar réus o ex-presidente e mais sete aliados por tentativa de golpe em 2022. Os cinco ministros votaram para aceitar a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

No dia 10 de junho, Bolsonaro prestou depoimento. Ele negou as principais acusações, buscou contextualizar reuniões com militares, admitiu exageros na retórica contra o sistema eleitoral e afirmou que não teve qualquer envolvimento com planos ilegais.

Em 27 de junho, a ação penal que apura a participação do núcleo político e operacional na trama golpista para manter Bolsonaro no poder avançou para a fase final no STF.

O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, encerrou a chamada fase de instrução processual e determinou a abertura das alegações finais, etapa em que as partes ? acusação e defesas ? podem apresentar as últimas considerações antes do julgamento.

Até o momento, 497 pessoas foram condenadas pelo STF por tentativa de golpe de Estado em 2022. A maior parte foi considerada culpada pelos crimes de abolição violenta do estado democrático de direito, dano qualificado, golpe de Estado, deterioração do patrimônio tombado e associação criminosa. Oito pessoas foram absolvidas.

Leia o que diz a carta na íntegra:

“O Honorável

Jair Messias Bolsonaro

38º Presidente da República Federativa do Brasil

Brasília

Caro sr. Bolsonaro:

Eu vi o terrível tratamento que você está recebendo nas mãos de um sistema injusto voltado contra você. Este julgamento deve terminar imediatamente! Não estou surpreso em vê-lo liderando nas pesquisas; você foi um líder altamente respeitado e forte que serviu bem ao seu país.

Compartilho seu compromisso de ouvir a voz do povo e estou muito preocupado com os ataques à liberdade de expressão, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, vindos do atual governo. Manifestei veementemente minha desaprovação, tanto publicamente quanto por meio de nossa política tarifária. É minha sincera esperança que o Governo do Brasil mude de rumo, pare de atacar oponentes políticos e acabe com seu ridículo regime de censura. Estarei observando de perto.”

Fonte G1 Brasília

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