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Walter Delgatti: veja o que o hacker disse até agora e o que falta ser esclarecido

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O hacker Walter Delgatti, investigado pela tentativa de invasão nos sistemas do Judiciário, deu uma série de declarações nos últimos dias em depoimentos à Polícia Federal (PF) e à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas.

??Contexto: Delgatti ficou nacionalmente conhecido em 2019, quando invadiu dispositivos eletrônicos e vazou mensagens atribuídas ao então ministro da Justiça e atual senador Sergio Moro. A ação ficou conhecida como “Vaza Jato”.

  • O hacker voltou ao noticiário este ano após a suspeita de que ele teria tentado invadir sistemas da Justiça brasileira.
  • Em junho, em depoimento à Polícia Federal após ser detido, Delgatti disse que o pedido de invasão veio da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP).
  • No início de agosto, o hacker foi preso novamente em uma operação da PF. Na mesma ação, os agentes cumpriram mandados de busca contra Zambelli.
  • Na quarta-feira (16), Delgatti deu um novo depoimento à PF, onde afirmou ter recebido R$ 40 mil da deputada federal para invadir sistemas do Judiciário.
  • Já nesta quinta-feira (17), o hacker foi ouvido pela CPMI dos Atos Golpistas, no Congresso Nacional. No depoimento, Delgatti disse que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) prometeu um indulto caso ele fosse preso por ação contra as urnas eletrônicas.

Depoimento em junho

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Delgatti foi preso em 2019 na Operação Spoofing, que investiga invasão de contas de Telegram de autoridades. Em setembro de 2020, a Justiça revogou a prisão, autorizando que ele respondesse ao processo em liberdade, com uso de tornozeleira eletrônica e sem acesso à internet.

?Nova prisão: No fim de junho deste ano, o hacker foi novamente detido por ter descumprido medidas judiciais. Entre os motivos para a prisão estavam:

  • O hacker afirmou estar cuidando do site e das redes sociais da deputada federal Carla Zambelli.
  • Ele fez compras on-line e usou um e-mail como chave PIX para arrecadar doações, mesmo estando impedido de usar a internet
  • Delgatti não foi localizado em endereços indicados à Justiça ? ele estava proibido de se mudar sem autorização.

?? Depoimento: Em depoimento após a prisão, Delgatti disse que se encontrou com Carla Zambelli em setembro de 2022, às vésperas da eleição. Segundo ele:

  • Zambelli pediu para que ele invadisse uma urna eletrônica ou qualquer sistema da Justiça brasileira. A intenção dela, de acordo com o depoimento, era mostrar a fragilidade dos sistemas.
  • Delgatti afirmou que chegou a tentar invadir a urna, mas que o código fonte não estava conectado a um computador em rede e, por isso, não conseguiu.
  • O hacker disse ainda que comunicou Zambelli que não tinha tido sucesso na invasão da urna. Em seguida, segundo ele, a deputada pediu para que ele invadisse o celular e o e-mail do ministro Alexandre de Moraes para tentar obter conversas comprometedoras.
  • Ele afirmou que já tinha acessado o e-mail de Moraes em 2019 e que não havia encontrado nada.

?? Invasão ao CNJ: Ainda em depoimento, Delgatti afirmou que conseguiu ter acesso ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Com isso, ele emitiu um mandado de prisão contra Alexandre de Moraes.

  • O hacker disse à PF que foi ele quem teve a ideia de emitir o mandado.
  • Ao contar a ideia para Zambelli, a deputada teria enviado a ele um texto que deveria ser usado na publicação. No entanto, segundo ele, o texto tinha erros de português.
  • Após fazer os ajustes, ele emitiu o mandado de prisão com a determinação de bloqueio de bens, segundo o depoimento.
  • Delgatti afirmou ainda que foi levado por Zambelli para um encontro com Bolsonaro no Palácio da Alvorada, em agosto de 2022.

Terceira prisão e novo depoimento

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Em julho, a Justiça soltou Delgatti e determinou o uso de tornozeleira. Mas o hacker voltou a ser preso semanas depois, no início de agosto.

?Operação 3FA: No dia 2 de agosto, a PF fez uma operação para prender Delgatti e cumprir mandados de busca e apreensão em endereços ligados à deputada Carla Zambelli.

  • À época, a PF informou que havia identificado a inserção de 11 alvarás de soltura de indivíduos presos por motivos diversos no sistema do CNJ e, possivelmente, de outros tribunais do Brasil.
  • Além disso, as investigações encontraram um mandado de prisão falso em desfavor do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.
  • Segundo a polícia, os crimes teriam acontecido entre 4 e 6 de janeiro de 2023.
  • As investigações apontaram ainda que, após invadir o sistema, o grupo passou a ter acesso remoto aos bancos de dados.

?? Novo depoimento: Na quarta-feira (16), o hacker foi novamente ouvido pela Polícia Federal. Segundo o advogado dele, Delgatti afirmou ter recebido R$ 40 mil de Zambelli para invadir os sistemas da Justiça.

  • O advogado Ariovaldo Moreira disse que o hacker apresentou provas “relacionadas a pagamentos que ele recebeu da deputada”.
  • Além disso, Delgatti apresentou à PF novas provas e citou mais pessoas envolvidas no caso da invasão dos sistemas do Judiciário.
  • A defesa de Zambelli disse que ela “rechaça qualquer acusação de prática de conduta ilícita e imoral pela parlamentar, inclusive, negando qualquer tipo de pagamento ao mencionado hacker”.

CMPI dos Atos Golpistas

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Walter Delgatti foi recebido no Congresso Nacional nesta quinta-feira (17) para prestar depoimento no âmbito da CPMI dos Atos Golpistas. Durante os questionamentos, ele citou Bolsonaro e questionamentos envolvendo as urnas eletrônicas.

?? Depoimento: À CPMI nesta quinta-feira, Delgatti afirmou que:

  • Bolsonaro prometeu a ele um indulto caso fosse preso por uma ação contra as urnas eletrônicas.
  • Segundo ele, o ex-presidente citou um “grampo” contra Moraes e pediu a Delgatti que “assumisse autoria” da invasão.
  • Delgatti disse ainda que a deputada Carla Zambelli prometeu a ele emprego na campanha de Bolsonaro de 2022.
  • Segundo o hacker, o marqueteiro de Bolsonaro na campanha pediu um “código-fonte” fake para apontar fragilidade nas urnas.
  • Ele disse ainda que sabia que estava cometendo um crime ao agir contra as urnas, mas que havia recebido ordem do então presidente.
  • Afirmou que Zambelli enviou a ele o texto de um falso mandado de prisão contra Moraes.
  • Contou ter orientado servidores do Ministério da Defesa na elaboração de um relatório sobre urnas.

O que falta esclarecer?

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Uma apuração feita pelo jornalista Cesar Tralli, da TV Globo, aponta que o hacker omitiu à PF informações que foram reveladas durante o depoimento na CPMI dos Atos Golpistas.

? Novo depoimento: A PF resolveu convocar novamente o hacker para prestar depoimento. Segundo fontes ouvidas por Cesar Tralli, os seguintes pontos tratados na CPMI não foram citados no depoimento de quarta-feira à Polícia Federal:

  • Menção sobre Bolsonaro ter prometido a ele um indulto caso fosse preso por ação contra urnas eletrônicas.
  • Menção sobre promessa de emprego feita por parte da Zambelli na campanha do ex-presidente.
  • Menção sobre grampo no ministro Alexandre de Moraes, do STF.
  • Menção sobre o marqueteiro de Bolsonaro ter pedido um “código-fonte” fake para apontar fragilidade nas urnas.
  • Menção sobre ter orientado servidores do Ministério da Defesa na elaboração de relatório sobre urnas.

Nota da defesa de Jair Bolsonaro

“Considerando as informações prestadas publicamente pelo depoente Sr. Walter Delgatti Neto perante a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito na presente data, a defesa do ex-Presidente Jair Messias Bolsonaro, informa que adotará as medidas judiciais cabíveis em face do depoente, que apresentou informações e alegações falsas, totalmente desprovidas de qualquer tipo de prova, inclusive cometendo, em tese, o crime de calúnia.

A defesa esclarece ainda que, diante de informações prestadas pelo Sr. Walter Delgatti Neto, quando de sua passagem pelo Palácio da Alvorada, acerca de suposta vulnerabilidade no sistema eleitoral, o então Presidente da República, na presença de testemunhas, determinou ao Ministério da Defesa a apuração das alegações, de acordo com os procedimentos legais e em conformidade com os princípios republicanos, seguindo o mesmo padrão de conduta observado em todas as suas ações enquanto chefe de Estado.

Após tal evento, o ex-Presidente nunca mais esteve na presença de tal depoente ou com ele manteve qualquer tipo de contato direto ou indireto.”

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Fonte G1 Brasília

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