Nesta nova fase da disputa presidencial, a campanha de Lula (PT) vai buscar o apoio de tucanos, mas o foco total da campanha é garantir o apoio de Simone Tebet (MDB). Aliados do ex-presidente também defendem uma mudança na ?estética? da campanha, com menor proeminência do PT e mais participação dos representantes do centro.
A ideia é dar mais protagonismo para Simone ? que ainda não oficializou apoio a Lula no 2º turno ?, Geraldo Alckmin (PSB) e Marina Silva (Rede), além de reforçar agendas de Lu Alckmin para que ela participe mais ativamente da campanha. Na televisão, foco vai ser mostrar o apoio ampliado a Lula, para além de adeptos do PT e de outros partidos identificados com a esquerda.
O QG lulista também vai buscar o apoio de Eduardo Leite (PSDB), que foi ao 2º turno da eleição para governador do Rio Grande do Sul.
No caso de Geraldo Alckmin, candidato a vice na chapa, o foco será fazer articulação política no estado de São Paulo, em uma tentativa de conquistar o apoio de políticos do PSDB e de prefeitos. Aliados que foram eleitos para o Senado e para a Câmara dos Deputados também serão mobilizados para reforçar a campanha.
Em outra frente, a campanha petista no 2º turno quer agenda com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), instituição da Igreja Católica, e com pastores em Aparecida para 12 de outubro, dia de Nossa Senhora Aparecida.
A visita ao santuário ? se ocorrer ? repete o que fez Dilma Rousseff (PT) em 2010, quando era candidata à Presidência. Na época, temas caros aos religiosos, como a legalização do aborto, foram bastante explorados pela campanha de José Serra (PSDB), oponente de Dilma no 2º turno.
Já no caso de Lula, o objetivo é fazer um aceno aos fiéis para ajudar a dissipar acusações de que, se eleito, o petista vai fechar igrejas, fake news espalhada por redes bolsonaristas no 1º turno.
A ofensiva nas igrejas também será feita no Nordeste, em uma tentativa de ampliar a vantagem de Lula na região.
O QG do ex-presidente acredita que a Bahia será importante na estratégia de Lula na região por causa da disputa para governador no 2º turno. Na avaliação dos aliados do petista, ACM Neto (União) ? que no 1º turno ficou atrás do petista Jerônimo Rodrigues, com quem disputará o 2º ? está em um dilema sobre quem deve apoiar na disputa presidencial.
A dúvida é se é oportuno para ACM Neto associar sua imagem à de Jair Bolsonaro, a quem apoiou no 2º turno das eleições de 2018. Uma eventual declaração de apoio a Bolsonaro poder fazer o candidato perder votos de lulistas na Bahia, onde o candidato petista recebeu cerca de 70% dos votos no 1º turno.
Camilo Santana (PT), senador eleito pelo Ceará, também terá papel central na empreitada para ampliação de votos de Lula no Nordeste.
Apoio de Zema e pautas de costumes
Do outro lado, as estratégias da campanha de Jair Bolsonaro (PL) para o 2º turno incluem articulação com Arthur Lira (PP) para discutir medidas na Câmara dos Deputados que possam favorecer o presidente.
O QG bolsonarista também quer reforçar a ofensiva nas igrejas evangélicas com maior participação de Michelle Bolsonaro e de Damares Alves (Republicanos), ex-ministra de Bolsonaro eleita para o Senado pelo Distrito Federal, dobrando a aposta nas pautas de costumes e em temas religiosos.
Em Minas Gerais, como previsto, Bolsonaro terá o apoio do governador reeleito Romeu Zema (Novo), como aconteceu na disputa de 2018. No entanto, bolsonaristas veem com desconfiança o alinhamento do governador mineiro ao presidente; para eles, Zema apoia Bolsonaro de olho nas eleições de 2026.
Veja vídeos da Central das Eleições:
Fonte G1 Brasília