Além de temas inegociáveis no campo da política e da justiça, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) coloca outros pontos nesta lista. Entre eles, o PIX.
Lula já avisou que a inovação de pagamento eletrônico, elogiada por muitos países, não entra na mesa de negociação. Tem do seu lado o fato de o PIX unir todos os brasileiros, de todos os campos políticos.
Trump decidiu incluir as operações do PIX como possível prática desleal do Brasil numa tentativa de proteger as empresas americanas que operam por aqui.
Não citou nomes, mas são as empresas de cartão de crédito. E elas vão perder ainda mais mercado a partir de setembro, quando entrará em vigor o PIX parcelado.
Com a nova modalidade, 60 milhões de brasileiros que não têm cartão de crédito mas têm chave PIX poderão parcelar suas compras. Sem falar nos que têm hoje cartão, mas podem optar pelo PIX para fazer compras parceladas e reduzir o uso de cartão de crédito.
Ou seja, Trump está comprando uma briga das empresas de cartão de crédito dos Estados Unidos que estão perdendo mercado no Brasil e o PIX é apenas um caso de sucesso de uma ferramenta criada por funcionários do Banco Central, elogiada pelo economista Paul Krugmann.
Segundo um interlocutor de Lula, ficar contra o PIX é muito mais desgastante do que ficar contra as vacinas durante a pandemia. O efeito político seria pior.
Por isso, até mesmo o ex-presidente Jair Bolsonaro deu declarações defendendo a ferramenta de pagamentos, que ele sempre tenta capitalizar politicamente por ter sido criada durante seu governo, mas foi desenvolvida no passado, de Michel Temer.
Fonte G1 Brasília